Em alusão ao mês da Mulher Negra
Latino-Americana e Caribenha, o Coletivo de Juventude Negra Cara Preta tem o
prazer de lançar, pelo segundo ano consecutivo, o tema para perfil do facebook
intitulado ‘’25J Coletivo Cara Preta’’. A ideia é fortalecer a data, que
referencia a luta e trajetória das mulheres negras, nas redes sociais entendendo
que tornou-se um dos veículos de comunicação mais potentes nos últimos anos. No
ano anterior a iniciativa se caracterizou pela homenagem a três mulheres negras
do estado de Pernambuco (Rosimere Nery, Joyce Thamires, e Deyse Moura) e esse ano
o tema se relaciona a atual conjuntura política e trás a frase ‘’E não sou eu
uma mulher?’’, proferida
por Sojourner Truth em 1851 durante uma convenção em Akron, Ohio, Estados
Unidos, pelos direitos das mulheres. A frase compõe o discurso realizado pela
mesma que acabou por se tornar um dos mais importantes de todos os tempos.
Conheça o
discurso de Sojourner Truth
A frase que compõe o discurso proferido por Sojourner
Truth abre margens para refletirmos sobre lugar
social que as mulheres negras têm ocupado historicamente na construção do país,
onde o reconhecimento do Estado Brasileiro é quase inexistente e reflete
drasticamente nas estatísticas de mortalidade e qualidade de vida. Segundo o Atlas
da Violência de 2018 a taxa de homicídios entre mulheres não negras diminuiu em
8% e, contrário a isso, no mesmo período, a taxa de homicídio de mulheres
negras aumentou em 15%. Se tratando de conjuntura assuntos como reforma da
previdência, e reforma pacote anti-crime atingem em cheio o grupo feminino
negro, dado que, são essas mulheres que em sua maioria tem ocupado os postos de
emprego subalternizados, o mercado informal e massivamente as estatísticas de desemprego
e mortalidade.
No mês das Mulheres Negras Latino-Americanas e
Caribenhas, reivindicamos maior atenção do Estado Brasileiro na elaboração de
políticas públicas que prezem pela vida das mulheres negras permitindo o diálogo
com o recorte racial. A partir dessa campanha
encontramos um formato para homenagear Sojourner
Truth pela contribuição no trajeto de luta das mulheres negras, bem como, pudemos
identificar, a partir desta frase, que questionamentos e reivindicações
se cruzam. As mulheres negras ainda se encontram
amplamente na base da pirâmide social e, como consequência disso, são as mais
atingidas pelas expressões das desigualdades existentes. Há tencionamento de passagem,
porém é necessária ainda a criação de mecanismos que permitam o acesso.
‘’Se o meu copo não tem mais que um quarto, e o seu está cheio, não seria maldade não deixar que eu tenha minha meio medida cheia?’’ (Trecho do discurso)
Se partimos do pressuposto que o
racismo é estruturante e se expressa nas relações sociais, entenderemos que o mesmo
é um problema da sociedade, logo o seu enfrentamento não cabe somente à população negra, tendo em
vista que sua manifestação também se dá de maneira relacional. Como afirma
Angela Davis “em uma sociedade racista não basta não ser racista é preciso ser
antirracista’’, ou seja, é preciso compreender que o mero exercício do reconhecimento
de privilégios não implica assumir posturas que rompam com as relações de
opressões e que se comprometam com a luta racial.
Conheça o tema e aplique a sua
foto de perfil.
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Redação -Biatriz Santos
Revisão - Suzana Santos
Revisão - Suzana Santos
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