25 Jovens Negras Pernambucanas que você precisa conhecer - COLETIVO CARA PRETA

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25 Jovens Negras Pernambucanas que você precisa conhecer

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Em alusão ao mês das mulheres negras latino-americanas e caribenhas, o Coletivo de Juventude Negra Cara Preta decide destacar jovens negras pernambucanas que talvez você não conheça. Estas, entretanto, têm impactado seus territórios desenvolvendo ações, liderando movimentos, e construindo focos de resistência relacionados à questão racial que envolve diretamente a juventude negra e as mulheres negras. A iniciativa de lançar pelo segundo ano consecutivo a matéria se dá a partir do fato de que é preciso criar meios e mecanismos que auxiliem no empoderamento da nova geração de mulheres negras que levarão o movimento feminino negro a diante, visto que, essa mesma geração tem sido fortemente ameaçada e muitas das vezes reduzida a estatísticas.
O dossiê “Assassinatos e Violência Contra Travestis e Transexuais no Brasil” (2019), da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (ANTRA) e do Instituto Brasileiro Trans de Educação (IBTE), aponta que a região nordeste ocupa o primeiro lugar das mortes de pessoas trans e travestis, com 32,6% registrando 59 mortes no ano de 2018. Dentro do grupo de mulheres trans e travestis, as jovens, segundo o dossiê, são as mais expostas à violência e em especial as que trabalham com prostituição, que em sua maioria são mulheres negras, pois além do forte risco de assassinato estão vulneráveis a outras manifestações de violências, como a física (espancamentos) e a psicológica que podem levar a morte física sem mencionar a possibilidade de morte social. O Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (INFOPEN Mulheres - 2018), somente reforça a situação de vulnerabilidade ao qual a mulheres negras estão submetidas, quando aponta que 88% da população de mulheres privadas de liberdade no estado de Pernambuco são negras e desse total, jovens de 18 a 24 anos ocupam 14%, e jovens de 25 a 29 anos ocupam 17%.
Todos os dias, mulheres, jovens negras, no Brasil e no mundo, estão sujeitas a diferentes formatos de violências e estas são extremas manifestações das desigualdades historicamente construídas e que permanecem na contemporaneidade expressas nos campos político, cultural, social e econômico. Apesar da lei do feminicídio, sancionada no ano de 2015 (lei 143.104/15), o número de homicídios de mulheres, por arma de fogo, cresceu 29,8% entre os anos de 2012 a 2017 o que tende a se agravar com a flexibilização do porte de arma defendido amplamente pelo atual presidente, responsável pelo, também atual, (des) governo.  O atlas da violência 2019 salienta que do total de homicídio contra as mulheres 28,5% ocorre dentro da residência, provavelmente como desdobramento da violência domestica.
                Os dados apresentados até então não é algo distante da nossa realidade enquanto jovens negras e é impossível conter as lágrimas, quando uma de nós é lamentável e agressivamente retirada do nosso meio. Marília Monteiro (27 anos) era moradora da comunidade do loteamento do grande Recife e foi integrante do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) e atuou na ocupação Carolina de Jesus, localizada no bairro do Barro, Recife. Sua incidência se dava por meio da organização da ocupação, dos mutirões, das reuniões, orientação para os atos de rua e da alimentação dos ocupantes, para além de auxiliar nas demais atividades. Era ativista do movimento negro com recorte juvenil, e participava de formações políticas junto a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional, FASE-PE, no Projeto Juventudes e Direito à Cidade e ao Trabalho.  No ano passado (2018) foi uma das nossas homenageadas, e para nossa extrema tristeza nesse mesmo ano foi brutalmente assassinada pelo seu companheiro. Marília deixou duas filhas, as quais amava muito e tinha como um dos principais motivos pra sua resistência e existência.
Escrevemos esse texto com lágrimas nos olhos, pois ela deixou ainda muita saudade entre nós. Não tivemos a oportunidade do último abraço, mas agradecemos a Deus por ainda em vida termos dito o quanto ela era FODA! Mais ainda por podermos ter dado a notícia de que ela estaria entre uma das nossas 25 jovens negras do ano de 2018. Ela não acreditou, e isso é tão comum entre nós jovens mulheres negras que damos a cara tapa e peitamos várias situações pelos nossos, achamos que pelo andar da carruagem só teremos a possibilidade de sermos homenageadas e reconhecidas na velhice. Infelizmente pra muitas de nós essa fase não chega, mas estamos nos esforçando e contribuindo pra mudar essa realidade... Marília Monteiro, PRESENTE!




CONHEÇA 25 JOVENS NEGRAS DO RECIFE E REGIÃO METROPOLITANA QUE TÊM IMPACTADO SEUS TERRITÓRIOS







Amanda Timóteo da Silva, 22 anos. Moradora do bairro de Jardim Piedade/Jaboatão, é poetisa e integrante dos Coletivos Controverso Urbano, Slam das Minas PE, Slam da praça e Espaço Jardim Resistência. Desenvolve eventos culturais na favela onde mora como a ajuda de amigos e agora está empenhada em desenvolver a livroteca ‘’Espaço Jardim Resistência’’’ junto com uma amiga com quem reside em sua comunidade.

Sonho: “Sonho em que um dia possa dar uma condição massa de estabilidade pra minha mãe... Quero através do meu trabalho com a arte e cultura desenvolver pelos coletivos com a livrioteca. E conseguir montar uma editora, começar com o rolê de produção literária na comunidade”.
Mulheres que são suas referências: Joy Thamires, Adelaide Santos, Odailta Alves, Patrícia Naia, Mônica Oliveira, e Núbia Aquino.
               







Ana Carolina, 23 anos. Moradora do bairro de Água Fria/Recife está cursando o 8º período do curso de Direito, integra o Coletivo Fala Alto, por onde desenvolve atividades com cunho de conscientização política na e para a comunidade onde mora.
Sonho: ‘’Meu sonho tá mais pra um objetivo: a construção de uma sociedade justa para todos’’.
Frase preferida: “Quem não pode com a formiga não atiça o formigueiro!”.
Mulheres que são suas referências: ‘’A mulher que tenho como referência é a primeira vereadora do Recife, Julia Santiago. Era do partido comunista e foi uma das mais votadas do ano. De origem camponesa e lutava ao lado do povo’’









Amanda de Souza, 26 anos. Moradora do Bairro Alto do Pascoal/Recife é formada em Artes Visuais pela Universidade Federal de Pernambuco e faz pós graduação em Museus, Identidades e Comunidades na FUNDAJ. Faz parte do Coletivo Amarna, formado por mulheres negras artistas e pesquisadoras, do Alto do Pascoal, que pretende abordar narrativas decoloniais nos trabalhos autorais artísticos e investigar as relações entre corpo, lugar, história e memória. Amanda atualmente desenvolve com o ao qual integra um trabalho chamado "Preta-feira" que fala sobre a história do surgimento das feiras na cidade e faz um recorte dos processos vividos pelos feirantes das comunidades vizinhas a nossa, temos projetos ainda a desenvolver futuramente no Alto do Pascoal.
Sonho: “O maior sonho que tenho é um dia ver as pessoas que amo sendo plenamente felizes sem que existam problemas sociais que diminuam nossas chances de progresso”.
Frase preferida: “Passarinhos do mato gostam. De mim e de goiaba”.
Mulheres que são suas referências: “Na fotografia minha maior referência é Priscilla Melo na arte/educação Hayanna Saldanha, nas danças de matrizes afro Jacicleide Silva e Darana Costa, no desenho Nathê Ferreira, no performance Núbia de Aquino”.







Raiane Margot, 19 anos. Moradora do bairro de Caetés/Abreu e Lima faz curso técnico na área de Analises Clinicas e desenvolve a Batalha do Núcleo que acontece pelo menos duas vezes no mês no bairro de Caetés I. Organizado por jovens, em sua maioria mulheres, é uma roda cultural onde são realizados recitais, batalhas de Mc's, e Pocket Shows.

Sonho: “Ver minha mãe feliz com meu irmão livre do alcoolismo...”.
Frase preferida: “Parem de nos matar!”.
Mulheres que são suas referências: Adelaide Santos.








Bione, 16 anos. Moradora do Bongi/Recife, cursa o segundo ano do ensino médio e faz parte do Slam das Minas Pernambuco como Slammer. Foi em 2017, que ela saiu do anonimato, quando conheceu o Slam das Minas PE, onde participou da sua primeira batalha de rua e arrebatou a plateia com sua performance. Em 2018, a jovem poeta dedicou-se a participar de todas as etapas regionais que antecederam o Campeonato Nacional de Poesia Falada - Slam BR. Foi vencedora do Slam das Minas PE e concorreu na final estadual, onde conquistou o primeiro lugar e realizou o sonho de representar pernambuco na competição que reúne poetas de todo país.A poeta acaba de lançar o primeiro livro, Furtiva, em parceria com a editora independente Castanha Mecânica (do poeta Fred Caju). Atualmente, conta com o apoio da Aqualtune Produções, um coletivo protagonizado por mulheres negras de Pernambuco.
Sonho: ‘’Conseguir lançar minhas músicas, sendo uma mulher, preta e de periferia, fazendo história num segmento bastante machista que é o rap.
Frase preferida: "Eu nunca esperei nada em troca, só escrevi, mano e tô firmando. Se tudo der errado amanhã, depois de amanhã, ainda tô aqui, mano".
Mulheres que são suas referências: ‘’Uma só é difícil... Vou citar três: minha mãe, Janaina Melo; minha referência na cena poética, que é Bell Puã; e minha produtora, Lenne Ferreira‘’.







Flora Rodrigues, 15 anos. Moradora do bairro do Arruda/Recife é poetisa, You Tuber, estudante do ensino médio, integrante da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, e da Articulação de Jovens Negras Feministas de PE (ANJF-PE).
Sonho: “Chegar no topo e contribuir pra subir as minhas”.
Frase preferida: “Os pretos e pretas não querem subalternidade queremos a liberdade "(Flora Rodrigues).
Mulheres que são suas referências: Mônica Oliveira.







Maria Cicília de Assis Reis, 18 anos. Atualmente moradora do município Vitória de Santo Antão, mas nativa de Rio Formoso, litoral sul, cursa Ciências Sociais - 4º período, no entanto, transacionando no curso, em um processo de desistência com o objetivo ingressar em outro. É poetisa marginal e escreve poesias direcionadas para o povo preto, para a mulher preta, para o corpo gordo para os corpos em aflição e corpos que precisam de estímulos, e sobre ela mesma, sobre o que é e como se sente. É conhecida na rede social instagram como @negrafujona, questionada sobre a escolha do nome do perfil no instagram, a mesma relata que tem ligação com a ancestralidade, por ser uma mulher negra com acedência indígena, visto que, o negro sempre fugiu do capitão do mato e o índio do bandeirante, e que sempre há uma relação com o ato de fugir.
Frase preferida: “Não tenha medo de ser grande”.
Mulheres que são suas referências: Joy Thamires.









Maria Silva, 21 anos. Moradora do Bairro Novo/Camaragibe é ativista do movimento feminino, integrante do Coletivo Ocupe Coimbral, que é um evento de resistência realizado em Camaragibe, onde luta-se contra a marginalização e genocídio da juventude favelada, e idealizadora, juntamente com Tayná, do Recital na Tora. Poetisa é criadora do “Oxente Doce de Gente”, que tem a proposta atual expor suas letras e vivências a partir do seu recorte social e racial, reconhecendo seu lugar de mulher negra e favelada, e pautando o descaso e a vivência do, e para com, o povo preto.
Frase preferida: "O amor na favela existe por isso o povo resiste".
Sonho: “Ser pedagoga e lançar meu livro de poesias”.
Mulheres que são suas referências: “Como minha referência enquanto mulher negra hoje posso citar Tayna Leite que também é poetisa e militante da luta pelo povo preto. Juntas construímos varias ações e dividimos a essa luta”.







Pretakalua, 19 anos. Moradora do bairro Ibura/Recife, lidera o grupo cultural de coco de roda Zeca do Rolete e é uma das idealizadoras do Espaço Cultural das Marias.
Sonho: “Ter um estúdio bem afro pra gravar minhas músicas e abrir espaço para outros jovens negros”.
Mulheres que são suas referências : Joy Thamires. 









Lídia Lins Assumpção, 26 anos. Moradora do Bairro do Ibura/Recife cursa 7° período de Direito na Universidade Católica de Pernambuco, participa Coletivo Negro da Unicap Quilombo Marielle Franco, e do Coletivo Ibura Mais Cultura que desenvolve várias associações no bairro do Ibura com o intuito de ocupar os espaços públicos do bairro e trazer debates, sobretudo para a juventude. Discutem principalmente sobre cultura, educação, política, direitos humanos, raça, classe, gênero e sexualidade, dentro dessas discussões temos dado foco na violência. Atualmente estão executando uma formação política básica com o intuito de promover para xs participantes uma reflexão acerca do Estado e suas instituições políticas. O projeto faz parte da chamada pública da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma Política, com apoio da União Europeia.
Sonho: “Muitos sonhos. Mas um deles é viver em uma sociedade mais justa onde a diversidade da vida seja respeitada. Viver em um bairro onde as pessoas possam experimentar e usufruir das invenções humanas que nos desenvolvam enquanto coletividade e que todas tenham reais oportunidades”.
Frase preferida: “Atualmente tem sido: Poder para o povo preto”.
Mulheres que são suas referências: “Edjane Lins Pereira (minha mãe), para mim sempre foi referência de luta e feminismo”. 









Renata Lima, 28 anos. Moradora do bairro de Arthur lundgreen 2, é Assistente Social, graduada pela Universidade Federal de Pernambuco, e integrante do Coletivo Afronte e secretária da Associação dos Moradores de Arthur Lundgreen 2,bairro em que reside.
Sonho: “Vários (risos), um deles é passar em concurso público, sobretudo na minha      área, e garantir a minha instabilidade financeira e da minha tia/avó”.
Frase preferida: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela” (Ângela Davis).
Mulheres que são suas referências: Ângela Davis.








Débora Leão, conhecida como Negrita MC, 22 anos. Começou a participar de batalhas de MC’s na cidade de Carpina, na Zona da Mata, onde reside desde a infância. O primeiro contato com o rap se deu aos 12 anos por meio de um grupo evangélico, Apocalipse 16. A identificação com o gênero que falava sobre temas muito próximos à sua realidade fez com que buscasse outras referências. Sabotage , RZO , SNJ e Racionais foram artistas que influenciaram as suas linhas, que trazem um toque a mais: a nordestinidade de uma mulher preta. A primeira oportunidade de batalhar na capital veio em 2013, no baile "Pernambuco tem Rap", quando foi a única mulher inscrita para participar da rinha que reunia MC's de várias regiões. Mas sua primeira grande vitória só viria em 2014, na Batalha da Quadra (Paulista). A partir de então, seguiu ganhando mais prestígio em diversos encontros e respeito entre os mais jovens e veteranos da cena pernambucana. Participou da Jornada de Mc’s, do DJ e produtor social, Big, e foi vencedora da primeira edição do “Mina vs Mina”, da Batalha do Terminal (Bomba do Hemetério). O trabalho da MC ganhou o primeiro destaque na mídia local quando deu sua primeira entrevista para o jornal Diário de Pernambuco, numa reportagem que foi manchete de capa e abordou a atuação das mulheres na cena do Hip Hop nordestino, assinada pela jornalista Lenne Ferreira. Num universo dominado por homens, Negrita produz um trabalho pautado por temas que atravessam a vivência de uma jovem negra do interior do estado e mãe solo. Além de shows, Negrita também tem uma atuação social sendo voz ativa em rodas de conversas, oficinas e eventos de cunho político, cultural e social. A carreira artística também inclui o trabalho como atriz. Ela faz parte do elenco principal da série de Hilton Lacerda, Lama dos Dias, exibida em sete episódios pelo Canal Brasil , que fala sobre a cena dos anos 90 no Recife e o movimento Mangue Beat.







Tayná Silva, 24 anos. Moradora de Jaboatão dos Guararapes é técnica em eventos, cantora, compositora, poetisa, produtora cultural e idealizadora, juntamente com Maria, do Recital na Tora. O mesmo trata-se de um coletivo de poetas marginais de Camaragibe que realiza um recital a cada 15 dias na Praça da Coimbral. Para, além disso, ainda produz a Banca de Rap Emenda 13, também de Camaragibe, formada por Douglas e Ajamu e integra o Ocupe Coimbral que é um evento de resistência, realizado também em Camaragibe, onde luta-se contra a marginalização e genocídio da juventude favelada.
Sonho: “De alguma forma poder ajudar o povo preto, principalmente as mulheres, a encontrar uma independência social e financeira, criar caminhos e formas que nos livrem das amarras do racismo e nos tirar do limbo da marginalização o qual somos inseridos sem ter outra opção”.
Frase preferida: "Nenhum de nós é tão forte quanto todos nos juntos".
Mulheres que são suas referências: “Tenho muitas referências de mulheres negras, mas a minha maior referência hoje é a poetisa Maria Barbosa de Camaragibe, que junto comigo constrói o recital na tora, e foi quem me impulsionou a voltar a escrever”. 






Jacicleide Silva, 22 anos. Moradora do Bairro Água Fria/Recife, cursa o 8º período de licenciatura em Dança."Meu objetivo com as danças afro me move e enquanto ser humano,poir foi ao ter contato com a mesma qque me descobri enquanto mulher negra,guerreira,obtive empoderamento,perspectiva e outra visão do meu mundo". Integra, ainda, o Coletivo Amarna formado por mulheres negras artistas e pesquisadoras, do Alto do Pascoal,também localizado na cidade do Recife..
Sonho: “Atualmente, me formar”.
Mulheres que são suas referências: “Minha avó”.








Nathália Ferreira (Nathê), 24 anos. Moradora do bairro Vila Rica (Cohab 1)/Jaboatão dos Guararapes,cursa Licenciatura em Artes Visuais (UFPE). Atualmente integra os Coletivos Afronte, Pixegirls e Cores Femininas mas já integrou o coletivos Faça Amor, Não Faça Chapinha, Poder feminino Crew (PFC) e Maracatu Aurora Africana. Já desenvolveu eventos com mutirões de graffiti e voltado para o Hip Hop como cultura de paz em diversas comunidades, roda de dialogos sobre questoes feministas e etnicorraciais, além de oficinas de Arte de Rua para Casas de Acolhimento, Funases, CAPs Alcool e Drogas, Mulheres e outros grupos de vulnerabilidade. Atualmente estou como educadora social na ONG Cores do Amanhã fazendo oficina de graffiti com jovens de comunidades próximas e desenvolvo uma pesquisa sobre representações de Mulheres Negras no Graffiti, orientado por Dayse Moura além de continuar pintando na rua minhas personagens que contam histórias.
Sonho: “Que a gente possa falar e fazer por nós mesmas, sem dores”.
Frase preferida: “Sobre os objetivos do Feminismo Negro afirma Patrícia collins: envolve desafiar o processo de validação do conhecimento político que resultou em imagens estereotipadas externamente definidas com imagens autênticas de mulheres negras”. (COLLINS, 1986)
Mulheres que são suas referências: Neide Silveira (enfermeira, militante, Rede de Mulheres Negras Jaboatão) Jouse Barata (Cores do Amanhã), Mãe Miriam de Xangô (Ilê asé Xeobá), Adelaide Santos (femigang), Graciete Estêvão Carvalho (minha mãe).








Núbia la Nena Callejera, 26 anos. Moradora do bairro de Roda de Fogo/Recife é Performer e Licenciada em História.
Sonho: “Arruinar o heterocapitalismo!”.
Frase preferida: “Gaiola bonita não dá de cumê a passarinho”.
Mulheres que são suas referências: ”Dona Lindaci, mulher preta, costureira, que criou a mim e de mais cinco crianças”.









Bell Puã, 25 anos. Moradora do bairro de Boa Viagem/Recife é mestra em História pela UFPE, é poetisa e compõe a construção do SLAM das Minas PE e integra o Coletivo Afronte.
Sonho: “Ouvir ecoar cada vez mais vozes de mulheres negras no país”.
Frase preferida: “E quando a dor vem encostar-se a nós, enquanto um olho chora, o outro espia o tempo procurando a solução.” (Conceição Evaristo)
Mulheres que são suas referências: “Muitas mulheres negras de Pernambuco são minha referência! Mas gostaria de destacar aqui Odaílta Alves”.








Vanessa Ferreira da Silva, 19 anos. Nascida do Morro da Conceição/Recife, mas atualmente moradora do bairro da Mustardinha, também no Recife. Filha de Ana Paula Ferreira, cursa o terceiro período de Serviço Social na Universidade Federal de Pernambuco. Já atuou no Coletivo Rua_JuventudeAnticapitalista, compondo as setoriais de movimento estudantil, negritude, feminista e LGBT. Atualmente participa do Projeto "Juventudes e Direito à Cidade e ao Trabalho" desenvolvido pela Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional-FASE-PE, com um projeto a ser colocado em prática com foco na incidência periférica na zona leste do Recife.
Sonho: ”Um dia ver as minhas ocupando universidades, câmaras, assembleias legislativas, senado…”.
Frase preferida: "Erguer-nos enquanto subimos" Ângela Davis.
Mulheres que são suas referências: “Mônica Oliveira, símbolo de força, ancestralidade e afeto!”.








Luiza Carolina, 24 anos. Moradora de São Lourenço da Mata, é mãe de Izabella de cinco anos, mulher negra e LGBT. Cursa um técnico em Agroecologia no SERTA, bacharelado em ciências econômicas na UFRPE, no Núcleo Jurema - feminismo, agroecologia e ruralidades, participa de projetos de pesquisa e extensão voltados ao feminismo, a agroecologia, a economia feminista e a economia solidária. Militante Antirracista e Socialista, construindo o PCB (partido Comunista Brasileiro) e a UJC. Em sua cidade construía o futsal feminino, pois é apaixonada por futebol e torcedora do Santa Cruz. Participou de um projeto social na comunidade beira Rio com o futebol, incentivando as mulheres, em sua maioria negras, a praticarem esportes e saírem da rotina do lar. Na academia, participou ainda de um projeto de extensão na comunidade de passarinho, novamente com mulheres negras, na perspectiva do feminismo e da agroecologia. Foi candidata a Deputada Estadual pelo Partido Comunista Brasileiro nas eleições de 2018. Militante no movimento estudantil da UFRPE, construindo o Coletivo Para Além dos Muros e o Coletivo de Mulheres, reivindicando a Universidade Popular.








Laryssa Falcão, 21 anos. Moradora do bairro do Cordeiro/Recife é graduanda em Administração de Empresas, finalizando o curso em 2019.2. Faz parte do Juventude em Cores, com a ONG Cores do Amanhã e do projeto Juventudes nas Cidades, pela FASE-PE. Seu primeiro contanto com algum tipo de projeto social foi pelo Cores do Amanhã quando foi aluna da oficina de graffiti e hoje faço parte também do grupo percussivo Cores Sonoras. Através do Cores, pôde participar de ações que usassem a arte e o movimento Hip Hop como elo transformador da realidade na periferia. Essas ações são, muitas vezes, voltadas para crianças e jovens de comunidades, em sua maioria negra. Dessa forma, utilizando o graffiti como ferramenta de expressão, usa o nome "Panther" em referência ao movimento dos Panteras Negras (Black Panther Party), umas das maiores representações do movimento negro organizado. Usa essas referências para colocar na arte sua indignação, questionamentos e trabalhar a autoestima do povo preto. Pensando também na área acadêmica, pretende usar sua formação futuramente para auxiliar empreendedores negros iniciantes a entrar no mercado facilitando informações necessárias e burocráticas que sempre travam empreendedores que acabaram de começar. Tendo Malcolm X como uma das suas principais referências no ativismo negro, tem uma frase dele que diz "eu não chamo de violência quando é em autodefesa, eu chamo de inteligência". “É sobre cuidar de nós, fazer por nós, nos autodefendermos, sobre não aceitar o que nos é imposto”.
Sonho: “Usar sua formação futuramente para auxiliar empreendedores negros iniciantes a entrar no mercado”.
Frase preferida: "Eu não chamo de violência quando é em autodefesa, eu chamo de inteligência". (Malcolm X)
Mulheres que são suas referências: “De mulheres eu tenho muitas, mas como mulher negra enxergo Rosimere Nery como um exemplo de ativista e educadora social que trabalha usando a educação como ato revolucionário contra um sistema que nos quer sempre reféns e na margem”.








Poliane forte, 24 anos. Moradora do bairro da Várzea/Recife, natural de Brasília, integra o Coletivo Salve o Casarão da Várzea e desenvolve, junto com mais cinco amigos, o Fuzuê grupo musical.
Sonho: “Ter casa própria e qualidade de vida”.
Frase preferida: “Quem canta os males espanta”.








Rimena, 21 anos. Atualmente moradora do bairro da Várzea/Recife, curso o 6° período de Oceanografia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). É integrante do Coletivo de Juventude Negra Cara Preta, e a partir do mesmo desenvolve oficinas e debates a cerca da questão racial que vivencia a juventude negra nas comunidades periféricas. Juntamente a isso ainda pretende atuar na luta por direitos para a população Trans assim como, melhorias na condição de vida desses mesmos sujeitos.
Sonho: “Meu sonho no momento é me manter viva para assim construir algo na minha comunidade, na minha vida e etc”.
Frase preferida: "A mulher que se autofez!”- Acredito que seja uma referência aos recortes que perpassam meu corpo.
Mulheres que são suas referências: Jarda Araújo.








Rayssa Dias, 24 anos. Moradora de Salgadinho, em Olinda, Rayssa Dias trilha um caminho que começou no banheiro de casa, quando cantava as músicas brega romântica. Começou a carreira em pequenas festas do seu bairro e foi adentrando a cena do Brega com muita determinação em um cenário que é dominado por homens. Com canções autorais e interpretações de sucesso, além de músicas românticas, Rayssa também vem trilhando uma trajetória no bregafunk, ritmo que tem incendiado a periferia da Região Metropolitana do Recife com os famosos grupos de passinho. Além de ser praticamente a única MC negra atuante na cena brega pernambucana, a mesma tem pautado dentro da cena brega temas com as quais está engajada como empoderamento negro, racismo e lgtfobia, desempenhando um importante papel de conscientização dentro de camadas com “pouco” acesso à informação. Com sua música, já circulou em diversos bairros da RMR, além de eventos consagrados na cena musical como Festival Coquetel Molotov, Abril Pro Rock e outros da cena underground como Gera Buceta e outros organizados por produtores independentes.








Josiane Santos, 25 anos. Moradora da Imbiribeira/Recife integra o Grupo Espaço Mulher de Passarinho. Recentemente participou do Projeto Diversidade na Cozinha promovido pela ONG Gestos, Soropositividade Comunicação e Gênero que ofereceu curso de assistente de cozinha numa perspectiva de inclusão, para além de fazer cursos profissionalizantes como de cabeleireiro. Atualmente participa do Projeto “Juventude e Direito à Cidade e ao Trabalho” desenvolvido pela Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional-FASE/PE.
Sonho: “Fazer das minhas e dos meus pessoas empoderadas e fazer um coletivo de jovens negras em meu território”.
Frase preferida: “Pagarás de doida e ganharás o mundo”.
Mulheres que são suas referências: Suzana Santos e Rosimere Nery.








Thais Cavalcanti, conhecida como Negra de Luta, 23 anos. Moradora do bairro da Torrinha/Cabo de Santo Agostinho é graduada em Serviço Social pela universidade Federal de Pernambuco. Atualmente está vinculada ao Programa de Pós graduação em Saúde Coletiva com ênfase em gestão da rede SUS- Sistema Único de Saúde no segundo ano da formação, prestes a se tornar Sanitarista e artesã da rede SUS na qual identifica uma trincheira de luta para nosso povo, sobretudo nossa juventude negra. “É importante o registro que minha vida é reExistência levando em conta que faço parte da juventude negra da cidade mais perigosa do país, o Cabo de Santo Agostinho tem jovens negros e negras de periferia como alvo principal para morrer, traficar e se prostituir. Acredito na ARTE como instrumento de luta importante para nossa conscientização e libertação”. Começou sua atuação enquanto estudante cotista que por meio do acesso a essas políticas de reparação social tive a garantia da inserção social nesses espaços culturalmente e estruturalmente embranquecidos. Tem em sua vida a missão de defendê-las para que nosso futuro em vida seja possível. Atualmente mora na cidade de Arcoverde- Pernambuco, por causa da residência, e participa de um coletivo chamado @Shockdemonstrxs onde nossa atividade principal é a construção de uma festa identitária para o público LGBTTQI+. As festa que organizam é espaço de luta e formação política de um público totalmente marginalizado e excluído da cidade. Fazem parte desse coletivo minha amiga, e companheira referência de luta, Gabi Cavalcante e Italo Henrique. Sua história de militância inicia na presidência do grêmio estudantil quando ainda era secundarista e se consolida durante a formação em Serviço Social. Passei por diversos grupos e coletivos de formação política como a ANEL - Assembleia Nacional dos Estudantes Livres, atualmente apoia outros coletivos ligados a partidos políticos de esquerda. É militante independente que movimenta a negritude por onde passa principalmente os/as jovens de periferia que carrega o sangue nas veias. Tenho em si o princípio da defesa intransigente e a recusa do arbítrio e do autoritarismo; busca sempre a ampliação e consolidação da cidadania e assim segue sua caminhada disputando sempre a construção de um mundo possível.
Sonho: “Outro tipo de sociabilidade, a era dos Afrodescendentes chegou sigo embasada nos saberes tradicionais da nossa população e assim venceremos. Reviver nosso passado é respeitar a história de outras mulheres negras que como nós que estiveram e estão nos front de guerra”.
Frase preferida: “Uma frase dita por Vera que fortalece minha caminhada é: “Quem transforma a sociedade é o povo organizado” é assim sigo acreditando em um mundo novo onde o capitalismo não seja a base social para nossa formação enquanto seres humanos”.
Mulheres que são suas referências: “Vera Baroni que tem sua história de vida baseada no contexto das lutas populares”.


Texto por: Biatriz Santos e Suzana Santos.
Postagem: 26/07/2019








4 comentários:

  1. Ficou muito massa, mês, nunca imaginei que chegarei até onde estou hoje, muito obg por ter essas referência de mulheres como vcs,

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  2. Que lista! Muitas, jovens, inteligentes... Geram e fazem gerar! Trazem com suas trajetórias instiga, otimismo. Obrigada! Muito bom saber das suas existências.

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  3. Orgulho da minha filha ser uma dessas jovens Tayná Silva sempre foi muito inteligente sempre teve a mente muito evoluída 👏👏👏👏

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  4. Muito massa a matéria! É muito bom ver isso tudo, apesar dos pesares por que temos passado nesses dias sombrios e plúmbeos. Afinal, como já dizia Maiakovsky, "gente é pra brilhar, não pra morrer de fome! Parabéns, mulheres negras!

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