O COLETIVO CARA PRETA é um coletivo protagonizado pela juventude negra de Recife/PE. Lançamos a campanha “Carnaval sem racismo, mulher negra não é fantasia”, com o intuito de fortalecer a questão racial e denunciar as formas de racismo com o corpo negro em virtude da hipersexualização, animalização dos traços da mulher negra, redução à pobreza, e cargos subalternos no período carnavalesco. Esses aspectos podem ser facilmente percebidos nas fantasias de negra maluca, na personagem global Adelaide, e as outras fantasias que remetem mulheres negras com expressões agressivas e cômicas.
No imaginário racista popular ser mulher negra é algo lúdico, e diante disso, a naturalização desses aspectos tem se fortalecido como cultural.O Black face é racismo, entretanto, é preciso fortalecer a afirmação nos períodos que se tornam convenientes para a prática. NÃO HÁ NADA DE LÚDICO EM SER MULHER NEGRA. Exigimos respeito a nossa história!
Não é nada atual a tentativa de agressão a imagem do corpo negro por meio de fantasias e músicas.
VOCÊ SABE COMO SURGIU A PERSONAGEM NEGRA MALUCA?
O que muitos não sabem é que o real motivo para a expiração da marchinha de carnaval consagrada nos anos 1950, foi uma discussão entre uma mulher negra e um homem que jogava sinuca na mesa de um bar. Na ocasião a mulher estava desesperada com uma criança recém-nascida em seus braços, falando em alta voz que o homem que jogava sinuca era o pai, o mesmo alterava a voz com frases de negação e entre a discussão estava a frase que mais marcou e expirou os compositores presentes “Sai pra lá negra maluca”. Foi a partir do desespero de uma mulher negra que nasceu a famosa marchinha de carnaval, e a fantasia de negra maluca.
Mas o que há de lúdico ou caricato no desespero de uma mulher negra ao ponto de perpetuá-la e consagrá-la como um clássico do folclore brasileiro? Você não precisa pertencer a comunidade negra para compreender o quanto compor uma marchinha de carnaval a partir da dor do outro é desrespeitoso, e o quando não há nada de folclórico em uma dor que foi sentida. Também não precisa ser da comunidade negra para compreender que a fantasia de negra maluca é puramente racista diante do seu contexto, e mesmo se não houvesse um contexto, taxar mulheres negras de malucas ainda assim, seria racista.
As fantasias que remetem a imagem de mulheres negras geralmente são profundamente agressivas, pois tratam nossos traços e estética como se fosse algo lúdico e anormal. Nosso cabelo, nossa boca, nossa bunda não são adereços para garantir sorrisos no carnaval. Respeitem nossa estética!
É diante desse apanhado de informações que convidamos a todos/as a ser mais um apoiador/a da campanha, utilizando o tema no seu perfil do seu facebook e encaminhando esse email para que outras pessoas tenham acesso. Se você faz parte de redes, fóruns, coletivos e organizações que tem como pauta luta contra o racismo, socialize a campanha.
Preparamos um tutorial para elucidar como adicionar o tema:
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CAMPANHA DE FEVEREIRO DE 2018
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